Nos últimos anos, temos visto um aumento na diversidade nas passarelas da moda. Marcas de renome internacional têm se esforçado para incluir modelos de diferentes tamanhos, etnias e idades em seus desfiles, buscando representar a diversidade da sociedade moderna. No entanto, recentemente, temos notado uma tendência preocupante: o ilusionismo na moda, ou seja, a criação de protuberâncias onde elas não existem.
O ilusionismo na moda é uma técnica usada pelas marcas para criar uma ilusão de corpos que não são reais. Isso inclui o uso de preenchimentos, próteses e até mesmo edições de fotos para criar uma aparência de corpos “perfeitos” ou “ideais”. Infelizmente, essa prática tem se tornado cada vez mais comum em desfiles de moda e campanhas publicitárias.
O uso do ilusionismo na moda tem gerado muitas críticas e debates entre os consumidores e a indústria da moda. Enquanto algumas pessoas defendem que é apenas uma forma de arte e criatividade, outros apontam que essa prática pode ser prejudicial para a autoestima e confiança das pessoas, principalmente das mulheres.
Uma das principais preocupações é a pressão que isso pode causar nas mulheres para se adequarem a um padrão de beleza inatingível. Afinal, a maioria das pessoas não tem acesso às mesmas técnicas e recursos usados pelos modelos nas passarelas. Isso pode levar a comparações negativas e até mesmo a distúrbios de imagem corporal.
Além disso, o ilusionismo na moda também pode ser visto como uma forma de discriminação e exclusão. Ao criar uma ilusão de corpos “perfeitos”, as marcas estão deixando de lado a diversidade e reforçando estereótipos de beleza inalcançáveis. Isso pode ser especialmente prejudicial para as mulheres que não se encaixam nesse padrão imposto pela indústria da moda.
Felizmente, algumas marcas estão começando a se posicionar contra o ilusionismo na moda e a promover uma maior diversidade e inclusão em suas campanhas. A marca de lingerie Aerie, por exemplo, é conhecida por não usar photoshop em suas campanhas e por incluir modelos de diferentes tamanhos e formatos de corpo. Isso tem sido bem recebido pelo público, mostrando que é possível promover a diversidade sem recorrer a técnicas ilusórias.
Além disso, algumas marcas estão adotando medidas para combater o ilusionismo na moda, como a criação de diretrizes éticas para a edição de fotos e a contratação de modelos que reflitam a diversidade da sociedade. Essas ações são importantes para promover uma mudança na indústria da moda e incentivar uma representação mais realista e inclusiva.
No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer. O ilusionismo na moda é apenas um reflexo de uma sociedade que valoriza a aparência acima de tudo e que impõe padrões inatingíveis de beleza. É importante que todos nós, como consumidores, estejamos atentos e questionemos essas práticas, exigindo uma maior diversidade e representatividade na moda.
Além disso, é essencial que as marcas sejam responsáveis e promovam uma mudança real e positiva na indústria da moda. Isso inclui não apenas a inclusão de diferentes corpos, mas também uma mudança na mentalidade e nos valores que são transmitidos por meio da moda.
Em vez de criar ilusões, as marcas devem abraçar a diversidade e celebrar a beleza em todas as suas formas. Afinal, a verdadeira beleza não está em um padrão inalcançável, mas sim na diversidade e na individualidade de cada pessoa. É